TENDA DA LUA - hora de RECOLHIMENTO

E você sabe a hora de se recolher? A vaidade de estar em evidência deixa fazê-lo?

TENDA DA LUA (recolhimento)
Tenda da Lua, da boa acolhida
Tempo de contemplação
Observando os ciclos do corpo
E a vida que recomeça.

Recolhimento e silêncio
Sagrada Tenda Negra do Ocidente.
Menina e Avó,
Unidas em retiro
Junto à Mãe Terra

"O retiro não é um ato de fraqueza; é um ato de força. é nele que se consegue no presente, preparar uma base sólida para o futuro."

"Lembre-se que verdadeiros milagres podem ocorrer em sua vida, se vc permitir um repouso, e souber se encaminhar em direção ao seu novo ponto de partida de forma suave e tranquila!"

A medicina do silêncio, do recolhimento, da não ação...

Vem a fumaça sagrada do tabaco trazer a quietude e a serenidade, ao coração, a mente e ao espírito. Através do petynguá, do poder das palavras do Grande Mistério, que chegam do silêncio infinito ao nosso coração silenciado. Calma...respire...calma...respire...espere...respire...espere...respire...serena...serena...serena

Assim como tudo na natureza sábia, todos têm seus ciclos, todos os ciclos têm seu momento de quietude, nele, no retiro,  suas forças, seus poderes se equilibram, se abastecem, digerem, metabolizam, transmutam e redistribuem as energias renovadas pelo seu ser.

O exterior chama “Venha, não pare, todos querem te ver, querem te ler, querem te ter, querem saber...” e você? Sempre atende a todos, sem cessar, sem respeitar os seus ciclos... O inverno está aí e pede que se retire, a lua está nova e pede que se aquiete...e você está ativo, sem parar, sem cessar...até quando achas que vai se abastecer do pouco que ainda têm?

Eis que a quietude  começa a encontrar um ponto de parada, começa a agir, mas seu hábito tenta se livrar: “Saí pra lá que não quero perder tempo com você. Me deixa continuar meu rebuliço...”, gentilmente você ouve, mas não cede, mantém sua serenidade. Até que o hábito da agitação desiste e resolve ceder... nesse momento tudo pára e você se encontra no presente de Deus, agora... depois? Não sei, estou aqui quieta, depois te conto.

Aguydjevete!

 Foto: Bernardo Salce