quinta-feira, 10 de março de 2011

Parto Natural X Parto Normal Hospitalar

Quanto mais “entro” no mundo do parir, mais me assusto com as intervenções hospitalares de praxe das Maternidades, principalmente particulares, e nas públicas “antiquadas”. Primeiro deviam trocar o nome, não deviam se chamar MATERNIDADE, mater vem de mãe, uma mãe nunca faria o que fazem, lendo um pouco mais sobre as intervenções de rotina vocês entenderão melhor o que estou dizendo.



PARTO NATURAL

Natural é o parto por via vaginal sem qualquer intervenção. Pode acontecer em qualquer local, com qualquer assistência (Enfermeir@ - obstetra ou Ginecologista obstetra, parteira) e até sem assistência. Pode ser na água, ou fora dela, de cócoras ou qualquer outra posição que a mulher sinta vontade de ficar (com certeza não será a de litotomia – deitada em posição de exame ginecológico, a não ser que seja uma mulher que se sinta bem assim???).


Consideram-se INTERVENÇÕES todas ou qualquer uma das que estão na lista que segue.

PARTO NORMAL HOSPITALAR

Normal é o hospitalar (geralmente) que acontece com todas ou quase todas as intervenções listadas abaixo, dependendo do protocolo de cada instituição. Compreendem-se nelas aceleradores e outras drogas (intervenções químicas), além de intervenções mecânicas (manobras, comando de força, camisolão nádegas de fora, posição de litotomia, episiotomia, férceps...)

DURANTE O TRABALHO DE PARTO

1) Lavagem Intestinal (Enema, Fleet-Enema, Enteroclisma)

2) Proibição para caminhar (normalmente após entrar paro o bloco cirúrgico não permitem mais que a mulher caminhe, dependendo do hospital já no quarto não é permitido. Caminhar ajuda a aliviar as contrações e acelerar o trabalho de parto)

3) Proibição para ficar na posição que sentir vontade

4) Uso de água no trabalho de parto (ficar sob a água quente do chuveiro ou imersa na banheira, diminui a necessidade de medicamentos para dor)

5) Proibição de ingerir alimentos

6) Proibição de ingerir água ou bebidas leves

7) Proibição de uso de objetos pessoais (camisola pessoal, música, flores podem ajudar no relaxamento durante o trabalho de parto).

8) Tricotomia (raspagem dos pelos pubianos)

9) Infusão intravenosa de ocitocina (aumenta muito a intensidade das contrações, aumentando a sensação de dor e restringe a mobilidade)

10) Rompimento artificial da bolsa (O líquido amniótico contido na bolsa tem um efeito de proteção, equalizando a pressão sobre o bebê, o que resulta em menos pressão na cabeça. O rompimento artificial das membranas aumenta as chances de infecção e cria um limite de tempo para o parto, além de resultar em contrações geralmente mais dolorosas)

11) Proibição de presença de acompanhante seja seu companheiro, doula ou qualquer outro a sua escolha que não tenha vínculos com o hospital.

12) Aplicação de antibiótico na mulher, mesmo com exame negativo de contaminação por streptococos fecais.. (esta aplicação é super dolorida)


DURANTE O PARTO EM SI

1) Litotomia (A posição de litotomia, na qual você se deita de costas e coloca os pés nos estribos ou perneiras, faz com que o parto seja um esforço contra a gravidade e força você a empurrar o bebê para cima. Estribos abertos, embora dêem ao médico uma excelente visão do campo de trabalho, fazem o períneo esticar demasiadamente, aumentando as chances de laceração)

2) Episiotomia (ao permitir que a cabeça do bebê emerja vagarosamente, apenas sob as forças uterinas, o períneo tem maiores chances de distensão, o que minimiza as chances de lacerações. A recuperação da episiotomia pode ser bastante desconfortável. A cicatriz muscular pode afetar posteriormente o prazer sexual. A episiotomia diminui o período de expulsivo, podendo ser necessária em caso de sofrimento fetal ou se for preciso o uso do fórceps. Muitos profissionais de saúde fazem a episiotomia rotineiramente, independente de ser necessária, o que não tem qualquer justificativa aceitável).

3) Anestesia peridural ou raquidiana (faz com que a mulher perca o “comando” sobre o momento de fazer força para a saída do bebê e pode afetar o bebê).

4) Corte imediato do cordão (quando o corte se dá após o fim da pulsação do cordão se permite que o bebê continue recebendo oxigênio pelo cordão umbilical enquanto o sistema respiratório começa a funcionar. Diminui o risco de anemia em bebês até 6 meses).

5) Proibição do corte do cordão pelo pai ou quem a mulher quiser escolher.

6) Separação imediata do bebê da mãe (sem deixar que aconteça a primeira mamada, que ajuda na eliminação da placenta e dá segurança ao bebê)

7) Antibiótico oftálmico ou nitrato de prata independente da mãe ser portadora de gonorréia.

8) Aplicação de vitamina K injetável no bebê.

9) Aspiração via bucal e anal do bebê.

10) Banho imediato no bebê, retirando o vernix que é uma proteção natural para a pele do mesmo.

11) Separação do bebê da mãe em berçário.

( Fonte de informação: http://www.amigasdoparto.com.br/plano3.html)



Talvez haja várias outras intervenções além destas, algumas delas, em alguns casos podem ser necessárias, o que não justifica se tornarem procedimento de praxe. Talvez nossos médicos estejam sendo formados somente para cirurgias, que é o que vem a ser a cesárea. Talvez eles não tenham tempo, nem vontade de aguardar o tempo que pode durar um trabalho de parto natural, ou até se sintam desnecessários, pois num parto natural eles serão também, quase que expectadores, mas pela banalidade que talvez seja para alguns deles um nascimento, não têm consciência do quão importante é este momento sublime para esta mulher e esta criança.

Talvez haja várias mulheres, que diante desta quantidade de “crueldades” praticadas contra elas durante este momento sublime, prefiram se submeter a uma cesárea, pois é bem mais “prático” e ainda tem hora marcada. Talvez muitas mulheres nem saibam ou se sabem não confiam em seu poder divino de criar, de parir e pensem que essas intervenções são “vitais” para um parto, pensam que parto natural é “coisa de índio”.

Minha intenção aqui é humildemente informar as mulheres que chegarem até esta postagem de que trazer os filhos ao mundo de forma verdadeiramente natural é uma benção.

Como diz Michel Odent “Para mudar o mundo é preciso mudar a forma de nascer”.



Gratidão a querida Rebeca, minha doula virtual que sempre me ajuda com minhas dúvidas! Gratidão à Mãe Divina, por ter sempre me dado desde criança uma “intuição” forte, que sempre disse que parto não precisa ser esse sofrimento hospitalar, parto é luz, é força, é o poder de ser mulher!!!